quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Mantendo vivos os mortos

Declarado morto - foi confirmado ou é muito provável o diagnóstico de morte cerebral - e agora? 

Será um possível dador de órgãos?

Critérios para ser um dador adequado - possível e provável dador - criteria for organ donation. 

São basicamente 2 coisas a pensar: a idade do dador e a saúde do dador. 

Um - a idade do dador
  1. CI absoluta - ser velho - ter mais de 80 anos
  2. tb há CI específica por órgão vs idade - um pré-reformado - ter mais de 60 anos - já não serve para doar os rins nem os pulmões
Dois - a saúde do dador - que história médica conhecemos e o que os estudos nos podem confirmar ou excluir
  1. sem cancro com potencial de doença recorrente ou metastática - hummm - só pela história?
  2. sem doença significativa específica de um sistema - ex: cardíaca, pulmonar, hepática ... mais humm - significativa?
  3. sem tumores cerebrais primários
  4. sem doença infecciosa significativa - hummmm outra vez - significativa? Ex: HIV, hepatite, sífilis, toxoplasmose - pedir exames para HIV, HTLV, hep B, hep C, CMV, sífilis e toxoplasma
  5. sem sepsis
  6. causa de morte não é intoxicação que leve a disfunção orgânica - ex: paracetamol, TCAs, CO, cianeto, álcool... and so on and so on

Procedimento

  • ver se é um potencial dador adequado
  • determinar morte cerebral
  • avaliar se o doente se proclamou contra a doação
  • contactar centro de coordenação da doação e colheita de oragos 
  • colher análises, fazer ECG, estudos radiológicos e outros necessários para determinar se é dador adequado
  • consentimento familiar - que papel se o doente não se manifestou se contra em vida? 
  • manter o dador no ICU - manter função orgânica e a sua viabilidade - até colheita

Manter o dador em condições de doar

  1. Normotermia - medir temperatura
  2. Estabilidade HD
  3. Função pulmonar optimizada
  4. Restaurar o volume intravascular
  5. Correcção de alterações de ácido-base e electrolíticas

Estabilidade hemodinâmica

  • hipertensao é raro; hipotensao é comum
  • manter normovolémia, prevenir a hipotensão, optimizar o débito cardíaco
  • hipotensão - MAP < 60 mm Hg - fazer: expansão de volume, PVC > 12 mm Hg
  • se difícil de gerir: PiCCO
  • RVP baixas - dopamina 5-10 mcg/kg/min; NA 2-12 mcg/min
  • CI < 2 L/min/m2 - dopamina; dobutamina 2-5 mcg/kg/min

Pode e deve-se fazer terapia hormonal se não se consegue manter o dador com boa HD com estas medidas.
  • hormona tiroideia - 4 mcg
  • metilprednisolona - 15 mg/kg
  • vasopressina - 1 U
  • insulina em perfusao continua
Se hipertensão:
  • tratar se TA diast > 100 mm Hg
  • idea: nitroprussiato de sódio - evitar tratamento prolongado - intox com cianeto

Optimizar função pulmonar

  • PEEP 5-10 cm H20
  • PaCO2 40-45 mm Hg
  • FiO2 < 0.6
  • Broncodilatadores

Corrigir ácido-base e electrólitos

  • corrigir poliuria - monitorizar osmolalidade U e S
  • corrigir hiperglicemia - insulina iv continua
  • diab insipida - gravidade especifica U -3 dos seguintes critérios: > 500 ml/h; GEU < 1.005; NAs > 155; OsmS > 305 
Tratar DI:
corrigir 50% do défice de agua com soro hipotonico ou D5%
vasopressina iv 10 U dose inicial - repicar para manter debitoU 150-300 mL/h - alternativa é DDAVP




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